terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Vão-se os anéis, a seguir os dedos, fica o olhar.

 




 Agrupam-se os dias, em semanas, por sua vez em meses, e finalmente naquilo a que chama de anos.
Que nos fica de tudo isto?
As experiências que tivemos, nas mais diversas situações, das pessoas que se cruzaram connosco e como reagimos, do que significam para nós todos esses momentos e o que aprendemos (ou não) com eles.

E seguimos.

Altera-se a percepção. O aniversário festejado de forma improvisada, praticamente no meio de desconhecidos, por impossibilidade da presença das fileiras familiares, oferece assim uma dimensão nunca anteriormente vista.

Apagam as luzes no restaurante. Dezenas de pessoas ficam as escuras. Os poucos familiares presentes arrancam tal APU, a turbina preguiçosa da conhecida música –  “Parabéns a você”.

No espaço de segundos juntam-se dezenas de vozes vindas da escuridão- A sensação é única, de forma instantânea sou transportado para os aniversários da minha infância, na minha casa quando ainda os meus aniversários se contavam pelos dedos de uma mão.

Que riqueza.

Que generosa dádiva que nem a mais cara e desejada das prendas conseguiria realizar.
Liberto da interminável demanda a que a sociedade nos procura empurrar de forma vigorosa, da televisão de plasma para a de Led’s  e sei lá mais o que, do carro blablá para o carro blobló, de toda essa variedade de bens materiais que afinal de conta só têm um objectivo – A tua escravidão.

Fico com os olhares. Que com a intensidade e diversidade de emoções que expressam não se desgastam com o tempo, conseguido sempre alcançar mais do que a memória, chegando ao coração.
Única riqueza esta.

Que 2014 tenha assim para vós muitos olhares, intensos de alegria, motivadores, e transbordantes de energia que vos façam assim sentir felizes, de modo a assim enfrentarem todos os difíceis momentos, com um renovado animo, verdadeiramente imbatíveis; de modo todos à vossa volta possam sentir o mesmo, e que afinal a “felicidade solitária” do individuo não existe, só existe quando é comum, entre sentimentos e acções trocados, libertos de interesses.

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