sábado, 24 de março de 2012

Vergeltungswaffe V2

File:Peenemunde-165515.jpg



- Todo o pessoal ao briefing room!!  Ouve-se de um altifalante, em som estridente sem aviso.

Sobressaltados, eu e o  co-piloto lá chegamos à sala, já apinhada de curiosidade dos que já se encontravam ali presentes.

- Meus senhores… (inicia o comandante) as equipas de reconhecimento conseguiram finalmente localizar as rampas de lançamento dos infames foguetões que todos nós conhecemos os terríveis efeitos, as V2.

Deixo de ouvir o comandante.

Na minha cabeça revejo apenas o que ainda há pouco tempo presenciei num hospital civil, as inúmeras vítimas inocentes de uma arma de terror indiscriminada.

Esta sim. É a missão.

Saio da memória, só a tempo de ouvir o ultimo parágrafo do Sr. Comandante:

- ….E deverão ainda esperar forte resistência inimiga…tanto com fogo antiaéreo, não sendo de excluir caças inimigos em elevado numero, devido a importância das instalações designadas como alvo.

Já na messe, o copiloto comenta comigo:

-Tás pensativo…há problema?

- Já viste a fuga de óleo que temos num dos veios do hélice? Pergunto-lhe; Até o chefe da manutenção do hangar disse que não arriscava a voar assim.

- Ficamos. Afirma desalentadamente.

- Não; não nesta missão, quantos mais formos às V2, melhor. Ao menos que os civis fiquem libertos desta praga.

- O que mais te pode acontecer, digo-lhe em tom de brincadeira, é caíres nos braços de um enfermeira do imimigo…toda jeitosa e amiga….

- Quero lá saber disso!!  Diz em tom arreliado, numa clara alusão ao desprendimento que (quase) a relação a tudo e a todos o caracteriza.

Não podemos esquecer que já perdeu nesta guerra demasiados familiares muito próximos, de uma forma totalmente inesperada.

A guerra endureceu-lhe a alma ao longo dos anos.
.
Depois de algumas reparações (devidas ao co-piloto do Sr. comandante), que mesmo assim procura embirrar com tudo e com todos, já se encontra a B-17 no seu hangar.

Na messe os artilheiros estão pensativos, num meio-silencio pouco habitual, antes da missão.

Decerto acorre-lhes à memória, um momento, em que uma estranha aeronave sem hélices, com um som muito agudo passou a uma velocidade tal que mal a conseguimos ver.

Numa passagem “á pele” a dita aeronave abanou a B-17 como se fosse de papel, tal a massa de ar que deslocava. 

E decerto que pelo menos algumas destas aeronaves estarão à nossa espera sobre este objectivo.

Valha o nosso esforço para que possamos fazer a diferença.

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