terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Mubarak e Kadaffi; Uma Faraónica Realidade











Há muitos séculos atrás, na mesma terra, conhecida como Egipto, governou um Faraó conhecido como Ramsés II.

Poderoso, era apreciador de obras do tamanho do seu ego. Gigantescas.

Contava com um exército de escravos para assim servir o seu ego.

Mas um dia tudo isso acabou.

Um escravo pediu-lhe a liberdade do seu povo subjugado.

Que o altivo Faraó logo negou, acabando por perder muito mais do que os seus escravos.

A determinação um grupo de escravos nas suas crenças, e a vontade inabalável no direito de serem livres, guiados pelo seu líder Moisés, fizeram assim cair por terra o poderoso Faraó.

Foi um império da antiguidade que iniciou o princípio do seu fim, e a humanidade assistiu ao nascimento de uma nova religião, de uma nova mentalidade, de novos princípios.

Agora o mesmo sucede.

Cai o “poderoso” faraó Mubarak, seguido também por Kadaffi.

Não esqueçamos o grito inicial da Tunísia, capaz de mostrar a todos os oprimidos a força que na realidade detêm.

Os tiranos desde há muito se esforçavam que essa força fosse esquecida, pela ausência quase total de condições de vida, no limiar da pobreza.

Quanto mais reprimiram, mal trataram e empobreciam a sua população, mais esta força reforçava o seu poder.

Existem muitos exemplos na história assim. Mas a mesquinhez dos ditadores nada quer saber disso. Apenas o poder lhes interessa.

Explorados já há muitas décadas, vitimas de muitos abusos, o povo Egípcio e Líbio, nada mais tem que as suas crenças, a sua religião.

Esse mesmo querer, esse sentir, que já há tantos séculos, permitiu às pedras vencerem as armas.

Assusta-se a Europa ocidental, com tal movimento; Sendo uma das principais culpadas pela sistemática exploração das matérias-primas destes países, com os “governos fantoche” que tanto apadrinharam mas que agora perante este “súbito vigor destes povos há tanto tempo subjugados ” rapidamente saem de palco.

Falam em planos “Marshall” para o mundo Árabe, mas agora é tarde para isso.

Deviam ter-se lembrado disso há mais de 50 anos atrás, antes de colocarem no poder os déspotas que durante tantos anos serviram os interesses de “lucro máximo” e custo mínimo que os seus governos e empresas sustentaram.

Investimentos no bem estar dos referidos povos ? Zero. Na educação da juventude? Zero.

Foi mais fácil promover a exploração e o saque.

A religião ocupou assim os espaços deixados em vazio por quem só pensou no lucro.

E a revolta foi crescendo, de uma forma cada vez mais fértil, para quem na realidade, nada tinha a perder.

Após a libertação dos déspotas, ainda existem aqueles que contribuíram para a escravidão já centenária destes povos.

Naturalmente, “a hora de pagar esta conta” chegou.

Mas agora, os governos ocidentais, e seus senhores, responsáveis pelo estado actual vivido, “não querem pagar a conta”, afinal até apoiam os movimentos de revolta nos referidos países, apesar de se terem calado com tudo o que tinha sucedido até a data da revolta.

Chegaram até ao ponto de permitir que o criminoso que provocou a morte a 270 pessoas em Lockerbie no dia 21 de Dezembro de 1988, fosse libertado, impunemente, numa cegueira provocada pela ânsia de mais petróleo.

Ameaçados, buscam o melhor “trio de violinos” para num palco de enorme drama, lançarem os povos da Europa ocidental, contra aqueles que sempre exploraram e que agora reclamam liberdade e justiça.

Resultado? Um novo conflito mundial, numa guerra de cariz religioso, onde os governos, e seus senhores optimizam os seus lucros, baixam o desemprego, numa sangrenta fórmula matemática onde o resultado é o mais puro terror, a semelhança do já demonstrado por dois conflitos mundiais anteriores.

Estejam atentos.

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