domingo, 9 de maio de 2010

A Estrada da Memória V 10-May-2009 23:21


Cá esta ela, outra vez a noite, mas antes uma imensa planície branca única como nunca tinha visto.

Já nem sei se estou muito perto de Andorra La Vella, com a queda da temperatura isto deve gelar tudo…até se veêm alces !! uma raposa branca !! - Grita um dos artilheiros….tá bonito tá…..

Continua a subida, que intimida, se o submarino vai “deslizar” com o gelo em direcção a um rail, não sei…vislumbro os faróis de uma viatura muito mais acima na estrada, com ainda mais neve e gelo. (Já com mais de 2 metros de altura) e penso – naquele local não vou passar…

(passados 30 minutos lá estava eu nesse local) - o que nos acontece ou não, as vezes não é bem da nossa vontade é o que temos que fazer…

Chegamos a Andorra, acolhedora no seu “camping” e na sua simpatia, como sempre, mas no dia seguinte, fujo ao comércio em direcção à neve; Caem pequenos flocos do céu, em plena montanha, e um pequeno trenó toma o papel de uma caixa de violoncelo só faltando os soldados da RDA para o cenário estar prefeito.

Com a partida vêm a chuva… mas antes a alfandega…estranho a atitude dos Espanhóis a convidarem-me literalmente, para ir à frente no posto fronteiriço…

Fui logo mandado parar para “inspecção alfandegária” os carros que iam atrás de mim passam rapidamente, daí tanta simpatia…é que o tabaco em Andorra é muito barato e os Espanhóis fumam muito….

Nessa ilusão, não compreendem que a “taxa” mais alta que vão ter que pagar, não é na alfandega… vão ser eles mesmos na sua saúde ou dos seus familiares.

Acreditem.

Perdi um Avô que muito gostava devido ao tabaco.

O “preço baixo” do tabaco de Andorra têm um elevado custo em termos dos sistemas de saúde dos países que vivem junto a Andorra; O que além de errado, é injusto e têm que acabar.

O museu do tabaco deveria mostrar os pulmões de uma pessoa que tenha morrido com cancro no pulmão – mas não o mostra.

É permitido fumar em literalmente todos os restaurantes e espaços além de toda a publicidade e mais alguma que também é permitida, com incentivos do género “na compra de dois” ganhe um chapéu-de-chuva ou coisas assim.

Voltemos à inspecção alfandegaria – O jovem faz as perguntas do costume – quanto custou isto…? Quanto custou aquilo?

E vai-se embora, desejando-me boa viagem.

A chuva e o vento apertam em ainda antes de Zaragoça, e a fortaleza voadora abana violentamente, o indicador de combustível dá mostra que é hora de parar.

Deserta – A bomba de gasolina, no meio do mais absolutamente nada, num cenário de edifícios totalmente abandonados, mergulhados na escuridão, com o relógio a marcar perto das 04:30 da madrugada – Como é possível pergunto-me, encontrar, uma moça bastante simpática de serviço à bomba, na mais absoluta solidão neste cenário.

Parece que foi condenada a uma pena, num peculiar tipo de inferno construído de solidão e insegurança com um cenário a combinar, a que chamamos de necessidade de sobreviver

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