domingo, 9 de maio de 2010

A Estrada da Memória IV 10-May-2009 23:21


Alugamos um carro, e lá vamos para a Áustria….É como nos filmes!

Campos muito belos…em comparação com a Alemanha é exemplar. Porquê?

É menos “ferro” e “exactidão” “rotina” e “obrigação” em vez da matemática “exacta” é “filosofia” e “descobrimento” “sensibilidade” e “virtude”

Uma pequena conversa informal com desconhecidos no café, torna-se num debate sobre a origem do homem – é normal suceder tal em Salzburgo.

Saem senhoras do hotel para o concerto no centro da cidade entrando de forma descontraída nos seus Bentley – não é tanga - é mesmo assim, acreditem.

Fica, tal foto instantânea, uma rara beleza, que passa imediatamente a recordação.

É fácil compreender como é que Mozart surgiu nesta cidade, pena é que o seu exemplo de criatividade e irreverência não inspire mais pessoas, algo fundamental nos dias de hoje para que a humanidade possa para sobreviver.

Atravessa-se um túnel de rocha e chega-se a esta cidade – e a outra dimensão da vivência humana que lamento que não cubra todo o planeta, respeitando as diferenças culturais que nos tornam assim únicos.

A globalização só conduz a uma idiota padronização que nada produz e só contribui para o fracasso da humanidade, quanto mais cedo for tomada consciência desta realidade, mas cedo poderemos acreditar num futuro.

As nossas diferenças são a razão de existirmos, o que nos permite também encarar diferentes situações de formas diferentes. Na pluralidade está a força da humanidade .

Voltamos ao submarino. A partir de agora. É o regresso.

Chato. Enfadonho. Infelizmente inevitável.

Inicia-se a partida, curiosamente sinto exactamente a mesma insegurança, de 1993.

Nesse ano tinha partido de volta, após deixar o emprego na Alemanha num mar de dúvidas.

Agora a suposta “estabilidade” existente, sinto que é aparente, falsa, de cartão, à espera de um sopro, que parece está para breve.

Perto de Lyon, uma gigantesca fábrica da Peugeot, lembra a actualidade e as dificuldades económicas de 2009, que se materializam em áreas de serviço fortemente guardadas por polícias de modo a evitar que os camionistas que por lá pernoitam fossem assaltados.

Não ficamos por aqui – comenta o co-piloto. Nem pensar, vamos mais para sul por aqui cheira-me a problemas – afirmo.

Passamos Perpigan e suas ostras rumo já a Andorra, os cumes brancos adivinham gelo na estrada – só faltava esta…. A medida que se sobe, passa um Twingo com um “tejadilho extra” em neve….será que está a nevar mais acima? Este imenso tejadilho, totalmente plano com cerca de 6 metros de comprimento, cheio de neve, mais o peso “extra” da viatura – é mais uma variável para controlar, é que 4 toneladas de veiculo a deslizar numa estrada de montanha cheia de curvas e com gelo....Hummm…

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