domingo, 9 de maio de 2010

A Estrada da Memória II 10-May-2009 23:21


Mesmo antes de iniciar a viagem, já suspeitava que tinha uma “rasteira” à espera em Saarbrücken, e daí nada com aceder a net antes da “entrada” na Alemanha.

Em Felsberg agravam-se as ditas suspeitas da “rasteira” após aceder à internet num bar, verdadeiramente “rockabilly” totalmente deslocado em espaço e tempomas curioso com toda a sua decoração.

Todos fora de tempo numa realidade que jã não existe, mas que agora está completamente na moda.

Passa-se do “Camping” pelo cemitério em direcção à cidade, a pé, completamente deserta; Até faz duvidar das horas que são …21:00... apenas num pequeno bar conversam 2-3 pessoas, que parecem igualmente espantadas por nos ver, cumprimentam-nos e tenho pena de não parar por ali, mas não dá. Amanhã é a Alemanha.

O odor intenso a “ferodo” queimado de Saarbrücken, demonstra que tirando algumas honrosas excepções, o pessoal por aqui já queimou os fusíveis há muito tempo, é grande o contraste desta Alemanha com aquela que conheci há muitos anos.

É não me enganei, e efectivamente pregaram-me uma rasteira, mas desde que exista sempre um plano alternativo, há que seguir em frente.

Contrasta a indiferença e a antipatia desta cidade com a simpatia e boa vontade do interior da Alemanha, e já mais a sul, e quase com 37 anos descubro a neve sob a forma de um brilho durante a noite que a alguma distância que me parecia uma rocha….que impaciência…a manhã nunca mais chega…

Lá vai o Submarino agora mais carregado, em direcção à memória, agora a voar em céus azuis e por “autobahns” e estadas nacionais e todas as “supostas referências” de civilidade de respeito na estrada, caem por terra no local mais insuspeitado. Ultrapassagens (muito!!) à pele, desrespeito por traços contínuos….imaginam a condução do final dos anos 70 em Portugal?

Sei que não acreditam mas é assim na Alemanha, no presente. Numa dessas ultrapassagens, fiquei bastante admirado com a atitude da condutora de um pequeno carro, que face a uma viatura que se deparava de frente continuou a sua marcha com se nada tivesse acontecido…

Não abrandou, não buzinou, não se chegou a berma….nada, nem a expressão da cara (que deu para ver claramente) alterou….pena ninguém lhe ter explicado que um impacto frontal a cerca de 70km/h com outra viatura de frente á mesma velocidade equivale a uns 140km/h e que a vida real não é como uma playstation onde todos os danos sofridos passam com um new game…

Se têm consciência no que se ia meter, fica a alcunha - Kamikaze – Que serenidade e determinação, prestes a enviar o seu avião “Zero” contra o porta-aviões inimigo.

Entretanto chegamos ao destino, à memória

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