domingo, 9 de maio de 2010

As Montanhas da Atlântida III 14-Aug-2009 23:26


Tal mina, de onde saem gemas de valor incalculável, assim está a cozinheira, mergulhada num calor semelhante a uma sala de caldeiras.

Chamo-a para junto de mim, quero que compartilhe o esforço que faz, mas que ninguém dá valor.

Compartilho igualmente que também cumpro uma pena, desse género, embora infinitamente mais leve, o trabalho em 3 turnos rotativos, em que já há muito que fomos esquecidos por todos neste posto.

Reencontro uma via rápida, inaugurada à altura de uma das minhas visitas, neste caso em 1985, deserta, fechada, já só dá o acesso à praia.

Que contraste! É uma viagem do tempo forçada de 1985 para 2009, desagradável.

Assim serão as estradas do futuro quando se encontrar novas formas de locomoção; Inúteis, monumentos de uma era que não irá regressar, mas que tantos recordarão nostalgicamente.

O fundo do mar perdeu por aqui, com grande tristeza minha, uma grande parte da sua riqueza.Lembra-me ver moreias e um fundo do mar que parecia um aquário, em 1985, com Tartarugas a nadarem livres em pleno oceano, num fundo coberto de anémonas.

Alguns peixes com uns tons tropicais, muitos ouriços, e alguns caranguejos.

São os dias de hoje, nos mesmos locais, revisitados, ainda levei um beijo leve de uma alforreca, tal pequeno choque eléctrico.

O turismo de massas, é essencial para o desenvolvimento (leia-se ganhar dinheiro) mas depois vitima os locais que o acolhem…

Aconselho desde já a fugirem a alguns destinos ditos para turistas, nas montanhas da Atlântida.Na sua capital, existe um dito mercado, cheio de cor e luzes onde todos os vendedores irão oferecer-vos fruta…não caiam no erro de dizer… “- ponha-me uma destas….duas daquelas…no saco”

Levam uma ripada no bolso, que ficam com pena de não comerem só com os olhos…

Conseguimos mudar ainda o acampamento para uma “casa de campo” um pouco melhor, mas a luta com a bicharada continuou. Tal como 1985, mas menos intensa.

Reencontro, a viatura do meu avô, na qual íamos muitas vezes até a antiga FIL, ver uma qualquer exposição - (desde maquinaria pesada até electrodomésticos para o lar) em que também dávamos bons passeios aos sábados de manhã, pela estrada marginal, de Oeiras até Lisboa.

O Datsun está igual, corro para o volante e sento-me, sozinho.

Sem comentários:

Enviar um comentário