domingo, 9 de maio de 2010

As Montanhas da Atlântida II 14-Aug-2009 23:26


Ao descer a rampa de desembarque as chapas metálicas batem com som abafado, e atinge-me de imediato a falta do meu Avô, que sempre pacientemente me esperava com o seu Datsun 1200, aquando das minhas visitas.

Não comento o facto com ninguém, e rapidamente passamos por uma serie de túneis, num tipo de “mini- autoestrada” com curvas de ângulos fortes, subidas e descidas muito pronunciadas.

Estas montanhas da Atlântida são terra de contraste. De muito e de pouco. Não há meio-termo. Não há equilíbrio. Ora se está a subir as montanhas, ou a cair nas ravinas.

O sol bate-me na face já perto do nosso acampamento; É agressivo, mas nem o ponho em causa, ao inicio, pensava que estava febril, mas não estava.

Há 19 anos o sol era mais dócil por aqui – comento com um dos aldeões.

- Infelizmente agora é assim. Na sua resposta percebo bem o que é que a poluição está a fazer a nossa atmosfera, mais 20 anos, e já estaremos muito perto de ter que viver debaixo da terra, caso as coisas não mudem.

O nosso acampamento é uma pequena casa, no meio do campo, que a bicharada do sítio já chamava de sua. O pequeno grumete lá conseguiu estabelecer um perímetro, mas tinha que manter a guarda 24 horas, o que sempre realizou, exemplarmente .
Uma casa de banho e uma cozinha misto de sala e quarto comum, uma pequena janela e uma porta.

Ecrã de plasma? Não me façam rir, nem televisão há…. Sofás? Não.

Faz bem a toda a gente – é um regresso ao mais elementar. Porquê? Façam a experiência, enfrentem a situação e logo me dirão porquê.

Sofisticada, em contraste (como tudo por aqui) a capital destas montanhas da Atlântida.

Cosmopolita, têm verdadeiras pérolas de beleza, nas suas flores… que assumem as mais diversas formas, desde as que passam por ti de saltos altos, ou as que te surpreendem, dos seus vasos com suas cores e formas. Únicas, assim irão ficar na memória.

Tal como o sol que tudo irradia num calor intenso, a simpatia irradia de todos os habitantes destas únicas montanhas, muito prestáveis sempre dispostos a ajudar, é das melhores recordações que levo desta ilha montanhosa.

A comida por aqui também é algo peculiar, e nas festas das pequenas localidades perdidas no interior montanhoso, que se descobre sabores que já não pensamos existir na idiotice higienizada nos dias de hoje.

Poderá não ser por vezes a mais saudável, mas é muito boa – desde a carne, passando pelo peixe (estamos afinal no meio do oceano atlântico) até as sobremesas…sem hipótese para dietas !!

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