domingo, 9 de maio de 2010

As Montanhas da Atlântida I 14-Aug-2009 23:26


As Montanhas da Atlântida.

Com a Azafama, sempre presente, desta vez em que se jogam variáveis totalmente desconhecidas, no mais primordial inicio, o falhar do motor da viatura, em direcção ao sul do país, dá um leve sabor da tensão que afinal nos esperava, sob as mais diversas formas.

Contrata-se um galeão, para levar a cabo tal proeza.

De custos baratos, muito prometedores no seu “site” de apresentação, levantam um ligeiro véu de suspeição com o atraso horário que o galeão aporta, em que as horas de espera, eram sauna, sempre mais reforçada até ao segundo em que pisamos o convés e deixamos terra.

Mas o que é isto?? Não pode ser?? Que condições vêm a ser estas??

É um barco pirata, estava na realidade bem disfarçado, nunca pensei.

Não se pode fazer chamadas a partir de bordo…não se pode consultar a Internet… a comida é péssima….

Afirmavam existir instalações dignas para todos a bordo, o que não se verifica; para alguns ficam “reservadas umas jaulas” no melhor estilo dos navios negreiros do Sec. XVII, e daí os baixos valores dos bilhetes das viagens…

É claro que nada ou ninguém viaja assim, duas breves horas, e verifico o terror em que o pequeno grumete estava, e sendo que seriam estas as condições de viagem que lhe queriam impor até a chegada, era o mesmo que o fazerem andar na prancha. Não pode ser.

Contrapõe um dos piratas da tripulação que não pode ir noutro sítio, apesar no seu “site” do seu galeão dizerem que sim.

Como bons piratas, são desonestos e aldrabões, lá cederam, mas dito por não dito é algo real num barco de piratas, claro está.

Contrariamente ao que deve ser qualquer viagem, resumiu-se assim a uma espera pela chegada, em que fui ouvindo diversos protestos de outros passageiros, com os piratas deste galeão em que as crianças e animais eram tratados como carga inerte, sem qualquer cuidado ou interesse.

Avistam-se as montanhas da Atlântida no horizonte. Finalmente.

Há 19 anos que não visitava estas paragens.

Ao largo parece que estão iguais, intocadas pelo tempo. Ao ver o aeroporto, agora mais extenso, lembro-me das aterragens dos Boeing 737-200 da TAP, em 1985, utilizando apenas meia pista.

Parecia um Porta-Aviões, e assim que a aeronave se imobilizava na pista uma chuva de palmas ecoava pela aeronave, presente dos passageiros à tripulação.

Na viatura, apresta-se o desembarque, e após breve espera, lá ficam os piratas e o seu Galeão para trás.

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