segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Na Primavera de um Outono


















Não há muito tempo, na Tunísia um ditador déspota caiu.


Seguiu-se o Faraó Mubarak, logo depois o sanguinário Kadaffi .

Grandes sacrifícios e provações passaram estes povos no seu caminho da opressão para a liberdade.

Actualmente ainda se debatem com graves desequilíbrios na sua sociedade, mas tiveram a coragem de ir em frente, transformando um sonho numa realidade.

Entretanto, na Europa a situação insustentável da economia, ditada pela classe dirigente, e demais oligarcas, que vendo-se no perigo de perder algumas das suas faustosas mordomias, partem ao ataque total de nações empobrecidas.

Essas mesmas nações governadas anos a fio por uma classe dirigente corrupta, que na dicotomia partidária existente, convenciam os seus povos que através da força do seu voto o rumo catastrófico a qual essas nações pareciam condenadas poderia ser alterado.

Assim conduziram essas nações ao limiar da pobreza ao longo de décadas, em detrimento, como se facilmente evidencia, de grupos económicos estrangeiros e de interesses próprios, em que alguns casos de corrupção que teimavam à vir ao conhecimento de todos, não eram mais do que a ínfima parte do gigantesco iceberg que se escondia, prestes a rasgar o casco de uma sociedade e conduzindo-a mais negra das profundezas da história da humanidade.

Paralelamente, o cultivo de um materialismo desmesurado a todos os níveis levou a muitos indivíduos a embarcarem na “barca do inferno” no consumismo, para assim num mar de dívidas, serem atormentados para sempre, tal inferno gelado de Dante .

Condenados, pelas opções que tomaram, ficam congelados no mar de dívidas, incapazes de defenderem os seus direitos, de gritar conta a injustiça, de reagirem, congelados que estão no seu sentir.

As mãos das classes dirigentes muito apreciam estes discípulos, pois podem-lhes fazer literalmente tudo.

Mas tudo nunca é suficiente. Pode-se sempre roubar mais.

100 Sopas a idosos que nada mais tem para comer, para que assim chovam lagostas nas mesas restritas das classes dirigentes.

E muitos casos mais como todos nós conhecemos.

E confronta-se um povo com isto.

Da mesma maneira que os déspotas nos referidos países árabes faziam ainda há pouco tempo.

E vejam o que lhes aconteceu. Agora fazem parte do passado.

Mas é preciso empenho, solidariedade, princípios.

Força motivadora, rebeldia.

Que há já há muitos anos fez uma revolução que foi traída em todos os seus princípios.

Mas é preciso coragem. E sacrifício.

De todos os sectores da sociedade, de todas as idades e todas (mesmo todas) as profissões.

Relembrem o Capitão Salgueiro Maia, abnegação, dedicação a uma causa, sem nunca ter tido nada de volta.

Não deixemos que a riqueza da liberdade que nos deu, se possa perder novamente.

Assim demonstraremos que na Europa, a Primavera Árabe pode florir no Outono.

E dar o exemplo que tantas outras nações necessitam, à beira da vertigem da escravatura.

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