domingo, 9 de maio de 2010

Passou um mês 20-Mar 00:14 2010


Na torrente do tempo, que corre sem fim, ficou já para trás, o desastre que se abateu sobre as montanhas da Atlântida.

Estive de visita alguns breves meses antes desta tragédia, que me confrontou numa primeira fase, com a impossibilidade de contacto com alguns familiares, que vim a saber mais tarde se encontravam bem.

Na tela da televisão, os lugares comuns por onde tinha passado estavam agora irreconhecíveis, e quase de imediato, a memória é confrontada, com a lembrança de todos aqueles que vivemos no dia-a-dia enquanto turistas, no verão passado.

O vendedor de lapas com a sua roulotte; O simpático padeiro com o seu uníco de bolo do caco, sempre ao serviço, 24 horas por dia, com o seu irmão; A preciosa cozinheira do centro comercial na Ponta do Sol, ou a bela flor que em fugaz relance, passou por ti de saltos altos.

Que será deles? Estarão bem? Não tenho forma de saber, mas vive-se essa angústia.

Na ilha dos mais absolutos contrastes, a força da destruição sofrida, é vencida pela vontade de seguir em frente, contra todas as adversidades, do povo das montanhas da Atlântida, que rapidamente se recompõe e reconstrói a sua terra.

A Natureza mostra a sua força, em tom de aviso, cada vez mais comum, de intensidade crescente.

Estará descontente? Devemos então escuta-la. Com a mente. Com o coração. Sem interesses mesquinhos.

De outro modo gritará cada vez mais alto, até chegar a um ponto em que nós já não a conseguimos ouvir.

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